A origem e evolução do cachorro é um tema cheio de controvérsias, mitos e questões que não foram totalmente esclarecidas.
De acordo com a ciência, o melhor amigo do homem é descendente dos lobos. Embora esse fato seja bem definido, outros pontos sobre a origem e evolução do animal causam debates e dividem estudiosos.
Foi um longo caminho entre o primeiro contato com seres humanos, adaptação e a domesticação: conhecido como o primeiro animal domesticado por nós, o cachorro surgiu há cerca de 15 mil anos.
Porém, um novo estudo indica que a origem e a domesticação pode não ter acontecido de forma única, como acredita a ciência.
Índice
A origem do cachorro: os primeiros canídeos
Registros indicam que os primeiros canídeos habitavam a região do Texas, EUA, há cerca de 40 milhões de anos.
O Prohesperocyon, que vivia na região, foi identificado como o primeiro canídeo e é considerado o parente mais antigo do lobo.
Esse ancestral tinha o tamanho de um guaxinim, porém com as pernas mais alongadas.
Outro canídeo identificado como Epicyon também vivia na região durante aquele período. Com o crânio mais robusto e características físicas mais parecidas com leões e hienas do que lobos, esses animais podiam chegar a 1.5 metro e pesar 150 quilos.
Eles viviam confinados na região da América do Norte em um período entre 20 a 5 milhões de anos atrás.
Com o passar dos anos, o grupo de canídeos foi se dividindo, o que resultou na reprodução e surgimento dos primeiros parentes mais próximos dos guaxinins, chacais e lobos.
A partir do esfriamento do planeta, há 8 milhões de anos, os níveis do oceano baixaram e permitiram, assim, a migração dos canídeos para a Eurásia, resultando em uma grande diversificação.
O primeiro lobo, o Canis lupus, surgiu na região euroasiática 500 mil anos depois e, há 250 mil anos, retornou para a América do Norte por meio do Estreito de Bering.
O contato com humanos e o início da domesticação
Quando os primeiros humanos saíram da África, há 200 mil anos, e foram para a Europa, encontraram os canídeos lá.
Os humanos e esses animais competiram por cerca de 30 mil anos até que passaram a se associar para aumentar suas chances de sobrevivência.
De acordo com estudos genéticos, os primeiros cachorros viviam na região da China há 15 mil anos, período em que a agricultura surgia na região.
Como os humanos não necessitavam mais exclusivamente da caça para se alimentar, a competição entre eles e os animais diminuiu. Nesse ínterim, os cães passaram a se aproximar dos humanos para comer os restos de alimentos deixados por eles.
Segundo os registros científicos, apenas os animais menos agressivos e mais confiantes se aproximavam das aldeias.
Ao se alimentar dos restos deixados por humanos, os cães passaram a se instalar e proteger esses territórios de outros animais, beneficiando a população das aldeias.
Como consequência, iniciou-se o relacionamento baseado na troca de benefícios entre o cachorro e o homem, resultando no início do processo de domesticação do animal.
Porém, há divergências entre a domesticação do cachorro.
Um novo estudo publicado na revista Science indica que o cachorro surgiu de duas populações diferentes de lobos e foram domesticados duplamente, não só de maneira única, como é estabelecido até então.
Isso pode ter contribuído diretamente na forma como o cachorro evoluiu ao longo dos anos.
O assunto ainda é debatido e põe em cheque tudo que sabemos até então sobre a origem e a domesticação do cão.
A evolução do cachorro
Hoje existem mais de 300 raças de cachorros conhecidas pela ciência.
Muitas das raças são padronizadas e foram influenciadas diretamente pelos humanos, com o intuito de fazer com que os cães tivessem utilidades distintas.
De acordo com os estudos, os humanos cruzavam apenas os cachorros que tinham menos chances de comer os animais de rebanho, que eram criados para serem consumidos pela população da aldeia.
O cão foi perdendo as suas funções a medida que a humanidade foi evoluindo e passou a ser totalmente domesticado, possuindo, assim, outras atribuições na sociedade.
A influência humana na padronização de raças ganhou muita força no final do século XIX, na Inglaterra da Era Vitoriana, que passou a aplicar a eugenia com o intuito de aperfeiçoar algumas características dos cachorros.
É por isso que cada raça tem características comportamentais, temperamentais e morfológicas distintas: seus criadores, ao longo dos anos, foram combinando atributos dos cães para criar novas raças para atender demandas específicas.
No entanto, a eugenia e todas as mudanças de padronização de raças tiveram um impacto importante na qualidade de vida dos animais.
Por exemplo, existem raças de cachorros que sofrem bastante com isso, como é o casso do Bulldog, que padece de diversos problemas de saúde, especialmente respiratórios, por conta de sua morfologia.
Quais são as raças de cachorros mais antigas do mundo?
Confira a seguir as principais raças conhecidas como as mais antigas:
Saluki: A raça é reconhecida pelo Guiness Book como a raça de cachorro mais antiga do mundo. Segundo o que consta no livro, há registros de que a raça existe desde 7.000 aC.
Basenji: Acredita-se que o cão de caça seja uma das raças mais antigas, sendo retratado em pinturas rupestres localizadas na Líbia e que datam de 6.000 aC.
Akita Inu: Registros arqueológicos sugerem que, antigamente conhecido como Matagi-Inu, o Akita Inu nasceu entre 8.000 aC e 200 aC. Como há uma grande diferença entre os números, fica difícil estimar a idade real da raça.
Malamute do Alaska: Há registros que indicam que a raça nasceu entre 2.000 e 1.000 aC. E tem mais: recentemente arqueólogos descobriram ossos de mais de 30 mil anos que se assemelham muito aos de um Malamute do Alaska. Será que temos um campeão?
A origem e a evolução do cachorro é um tema muito interessante, embora não esteja totalmente esclarecido pela ciência.
Bom, felizmente eles não estão estintos. Muito longe disso, não é verdade?!
Créditos das imagens: Freepik
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