As cidades de Belford Roxo e Duque de Caxias realizaram uma campanha de vacinação contra a raiva esta semana após um cachorro ser diagnosticado com a doença no início do mês.
O último caso registrado do vírus da raiva em cães havia sido em 2001. Como o cão vivia na divisa entre os dois municípios, a ideia foi que a campanha pudesse abranger o maior número possível de animais no entorno do foco de infecção.
O caso
Segundo o tutor do vira-lata de um ano, o cachorro foi infectado a partir do contato com um morcego, em março. Os sintomas só se manifestaram dias depois, quando o cão passou a babar muito e apresentar problemas de coordenação.
Ele então foi levado a dois veterinários, sendo que o primeiro deles não suspeitou da doença. O cão não resistiu e acabou morrendo. O caso foi enviado para ser analisado no Laboratório Municipal de Saúde Pública do Rio, no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, onde a doença foi comprovada.
A única prevenção contra a raiva é a vacinação.
Por conta do novo registro, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), comunicou que há falta de vacinas antirrábicas no estado.
Além do conselho, a Comissão de Defesa dos Animais da Câmara de Vereadores carioca divulgou que 390 mil animais foram vacinados contra raiva no ano passado, porém o número ainda estaria abaixo do ideal, que seriam 520 mil vacinas.
O presidente da Comissão de Defesa, Luiz Ramos Filho (PMN), afirmou que o caso é “extremamente grave”.
Esse caso é extremamente grave. É preciso alertar a população. A raiva é uma doença muito séria, não tem cura, o animal morre em média dez dias de apresentar os primeiro sintomas. É muito preocupante porque a vacinação vem caindo drasticamente no nosso município.
Luiz Ramos Filho, presidente da Comissão de Defesa
O que é a raiva e quais os sintomas?
A raiva é uma doença que afeta o sistema nervoso central, sendo transmitida através da mordida, arranhão e lambedura de mamíferos como o cachorro, o gato e o morcego. O último é quem carrega o vírus na maioria dos casos.
Uma vez manifestados os sintomas, não existe mais tratamento para os animais. Para os seres humanos, a letalidade da raiva beira os 100%.
O vírus pode ficar por meses incubado nos animais sem que os sintomas se manifestem. Depois de um tempo, o animal passa a sofrer com mudança de comportamento (fica mais raivoso e agressivo), desorientação, salivação excessiva, latido botonal (um grave e um agudo) e até convulsões.
Os humanos tendem a sofrer com febres, tontura, mal estar, dores de cabeça, formigamento e sensação de queimação no lugar da eventual mordida. Após a piora da doença, começam a se manifestar sintomas como dificuldade para engolir os alimentos, desidratação, paralisia e convulsão, até que evolua para coma e posterior morte.
Caso o seu bichinho esteja brincando morcegos ou for mordidos por cachorros que podem ter suspeita de raiva ou não vacinação contra a doença, procure um veterinário imediatamente.
Ainda que ele esteja devidamente vacinado, é sempre melhor realizar um tratamento preventivo que irá garantir que nada de mal acontecerá ao seu amiguinho.
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