Cães ajudam no tratamento da depressão?

O tratamento da depressão pode envolver remédios, terapias e... cães! Saiba mais sobre como pets podem ajudar quem tem sintomas de depressão.

homem e cão deitados na cama com semblante de tristeza

Sim, os cães ajudam no tratamento da depressão, ansiedade e de uma série de outras doenças.

A importância dos pets no auxílio do tratamento de várias enfermidades é tão reconhecida que foi criado a Terapia Assistida por Animais (TAA).

A TAA, também conhecida como zooterapia ou pet-terapia, é um método de tratamento alternativo utilizado como complemento ao tratamento tradicional em várias doenças, especialmente em transtornos depressivos.

Esse método é bastante popular nos Estados Unidos e na Europa. E aqui no Brasil é possível encontrar a terapia assistida por animais sendo utilizadas por médicos e ONGs que trabalham conectando pessoas enfermas com pets devidamente treinados para exercerem tal função.

Como os pets ajudam no tratamento da depressão?

A depressão é uma doença que afeta grande parte da população mundial. Muitas vezes pode ser silenciosa, o que dificulta o diagnóstico.

Entre os seus principais sintomas estão a falta de interesse em realizar atividades, perda de vontade de cuidar de si mesmo, sair de casa, apatia, falta de disposição, entre muitas outras coisas.

É uma doença muito séria e que pode ser fatal.

No entanto, cientistas e médicos descobriram que os pets – especialmente os cães – têm um papel importante na melhora e na manutenção da saúde mental dos pacientes.

Os cães demonstram um sentimento genuíno de amor para seus donos, tornando-os companhias perfeitas nos momentos difíceis. Especialistas também dizem que os pets ajudam na diminuição dos pensamentos negativos, um dos sintomas mais comuns (e perigosos) da doença.

Estar perto de um cachorro de estimação também diminui o estresse, solidão, angústia e a tristeza.

O fato de cuidar de outro ser vivo proporciona para a pessoa que está sofrendo de depressão a oportunidade de cuidar de outra “pessoa” – e enxergar a importância disso. Cuidar do animal, dar banho, alimentar e fazer carinho acaba servindo como incentivo para a pessoa seguir em frente.

Passear com o bicho também traz uma série de benefícios, já que força a pessoa a sair de casa, socializar e praticar atividades físicas de forma indireta.

O que diz a ciência?

Qualquer pessoa que está, ou esteve, passando por uma dificuldade e parou para brincar com um cão sabe da importância dos animais de estimação para os transtornos mentais. 

Para verificar se os pets poderiam, de fato, oferecer efeitos terapêuticos em pacientes que sofrem de tipos de depressões que não respondem ao tratamento tradicional, psiquiatras da Clínica Médico Psiquiátrica da Ordem, em Porto, Portugal, fizeram um estudo bastante interessante.

Animais de estimação trazem alívio no quadro depressivo

Trinta e três pacientes diagnosticados com distúrbio depressivo maior (DDM) apresentaram melhora significativa em seus quadros ao terem contato com pets. Desse total, a maior parte dos pacientes já não apresentavam sintomas suficientes para serem enquadrados como depressivos após 12 semanas de tratamento.

Outros 33 pacientes que participaram do estudo e que não adotaram animais de estimação não apresentaram nenhum tipo de melhora em seus sintomas depressivos.

A pesquisa envolveu 80 pacientes de uma clínica psiquiátrica ambulatorial portuguesa. Todos esses pacientes não apresentaram nenhum tipo de alívio em seus sintomas com os tratamentos convencionais.

Fizeram entre 9 a 15 meses de terapia e ingestão de medicamento, que não surtiram nenhum efeito prático para controlar a doença no médio e longo prazo.

Por conta disso, os psiquiatras tiveram a ideia de incluir animais de estimação para estudar como eles poderiam ajudar (ou não) no tratamento de transtornos depressivos.

cachorro deitado em um sofá segurando um coração de papel com as patinhas

Os psiquiatras, então, utilizaram a Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAM-D) e a Escala de Avaliação Global da Funcionalidade (GAF) para mensurar a eficácia da intervenção animal.

O que os pesquisadores encontraram foi que os novos donos dos animais de estimação passaram a apresentar alívio no quadro depressivo em 4 semanas de intervenção.

As diferenças entre os dois grupos ficaram evidentes a partir da 8ª semana. E a partir da 12ª semana foi notável a diferença na qualidade de vida entre as pessoas que adotaram um pet e as pessoas que não.

Os pesquisadores concluíram que os animais de estimação podem neutralizar a anedonia, um dos principais sintomas da depressão. A anedonia é a incapacidade de experimentar prazer em atividades corriqueiras.

Cães são o melhor remédio para depressão!

Os cães são mais indicados do que os gatos para quem tem depressão.

Isso porque os felinos são muito mais independentes e preferem ficar sozinhos na maior parte do tempo.

Quem está sofrendo de depressão precisa de um animal que, além de gostar de carinho, que não é o caso dos gatos, esteja em seu lado na maior parte do dia.

Ao escolher um cão para adotar, é indicado olhar para os animais mais tranquilos.

As raças mais indicadas para ajudar no tratamento da depressão são Labrador, Golden Retriever e os SRD, ou vira-latas.

São fáceis de cuidar, são bem carinhosos e geralmente dóceis. E o melhor de tudo é que a pessoa pode adotar um vira-lata e acabar lhe dando um lar e conforto. Como resultado, os dois acabariam ganhando.

Caso você não possa ter um animal, a dica é frequentar abrigos de animais ou ONGs.

Créditos das imagens: Freepik.

Wallace Chagas
Apenas um cara apaixonado por música, literatura, e-sports e feijão tropeiro. Produz conteúdo para internet desde quando tudo isso aqui era mato. Fundador da Chagas Web.

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